terça-feira, 15 de junho de 2010

Revista ISTO É GENTE


Maria minha Rita
Como em todos os grandes encontros da minha vida, o destino me colocou em frente à menina que eu vi crescer e que se transformou numa grande estrela


Para mim, a vida é feita de encontros. E a nossa história construída

pela soma desses encontros. Muitos atribuem a isso o nome de

destino, outros de sorte. Aprendi há muito que, na vida, a cada

segundo,

somos provocados para definirmos, nós mesmos, o nosso destino,

ou a nossa sorte, ou seja, construir com as próprias mãos e decisões,

de forma consciente (e muitas vezes inconsciente), o nosso roteiro de vida

a nossa biografia, a nossa história ou, simplesmente, o nosso destino.

Então, assumo aqui, a responsabilidade em afirmar que tudo o que tenho,

e o que não tenho, devo às minhas decisões, ou seja, a mim mesmo.

Guardo no meu coração e na minha memória todos os momentos que

desfrutei ao lado de uma jovem mulher, sendo jogada aos leões

(me incluo como sendo um deles) por aquilo que trazia, pelo talento

que desabrochava, pela memória que fazia acender em milhões a

saudade de uma das maiores artistas que o Brasil e o mundo já

conheceram. Pela necessidade e vontade do novo!

Do sonoro que alimenta nossas almas cantantes brasileiras!

Por apreciar a arte e o pop como poucos no mundo!

Tenho o privilégio de guardar com os mais íntimos dos meus segredos,

tudo o que vivi em camarins, provas de roupa, conversas íntimas,

ou mesmo desencanadas, em uma centena de shows que acompanhei

desde sua estreia; momentos de felicidade e angústia (não se torna uma

estrela gratuitamente, o preço cobrado é sempre alto), pressão de todos os lados,

demanda

de todas as direções.

Foi o ano de lançamento do seu

primeiro CD e eu era responsável pelo seu figurino, e, consequentemente,

pela sua imagem no palco. Da coxia, da plateia, do camarim, por todos os ângulos,

eu vi, assisti,

e sempre me encantei e me emocionei.

Com Maria Rita.Uma artista, uma estrela! Dessas que o destino

já tinha reservado a forma, o tamanho e a dimensão.

Impossível não voltar no tempo, e me lembrar dela quase um bebê,

uma criança, que, pela simples existência, fazia sua mãe se emocionar

ao falar do seu futuro. Esses momentos eu acompanhava de longe,

pela televisão,

como tantos brasileiros

e fãs de Elis Regina. Como falar

de futuro não é mesmo? Como prever o futuro?

O futuro se faz ao assumirmos a nossa condição viva na terra.

E é isto que ela agarrou com toda força, vida e coragem.

Com toda atenção que o mundo colocava sobre o menor dos seus gestos,

por uma única palavra ou frase transformada em música.




De forma meteórica arrebatou o País de norte a sul. Vendeu milhões de discos, lotou (e lota)

teatros e casas de espetáculo em

cada lugar que parava (e para até hoje).

E sempre com o mesmo ritual. A mesma precisão e devoção à sua escolha,

ao seu destino. Eu a vi diversas vezes se emocionar numa simples e técnica passagem de som!

Eu a vi se emocionar

em palco de tal forma, certo de que naquele momento, ela acabava de

entregar um pouco mais de si ao mundo, da sua alma,

da sua vida!

Suas risadas, seus olhos apertados, seus ombros encolhidos, sua “brabeza!” Tudo isso eu vi!

Um dia no camarim, ao ajudá-la a se vestir (sim, eu fiz isso por quase um ano)

senti que algo estava diferente!

A roupa que meu amigo Fause (Haten) tinha feito para a turnê não estava fechando direito.

Parei minha mão na barriga dela,

bem perto do ventre e fiquei assim por alguns segundos.

E com toda intimidade

que o destino já nos dava, imediatamente tasquei

uma afirmação: amiga, tem algo diferente em você! Quase nove meses depois nascia seu filho e

ela ficou ainda mais iluminada!

Há poucos dias nossos filhos, que têm quase a mesma idade, passaram uma tarde

brincando e se divertindo bem diante

dos nossos olhos. Sinergia total digna das crianças.

Simples assim, como a vida!

A vida é assim! Construída pelo destino!

Maria minha Rita, por alguma razão o destino nos

colocou juntos! Que bom!

Então, viva o destino!







Postado por : Charlotte Borges

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